quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Centro Cultural Piollin: 40 anos de história e amor à arte

Soia Lira e Lincoln Rolim em cena do espetáculo "Os Pirralhos" na primeira sede do Grupo de Teatro Piollin, em 1977

Augusto Magalhães

Parecia brincadeira, mas era muito mais sério do que muita gente imagina. Com o espetáculo “Os Pirralhos” nos fundos de um terreno que pertencia à Igreja, dois atores mirins (Soia Lira e Lincoln Rolim) representavam em 1977, no bairro do Róger, em João Pessoa, o que viria a ser o mais importante núcleo de produção cultural e interação social da Paraíba: o Centro Cultural Piollin.

Para celebrar 40 anos de história e amor à arte, o Centro Cultural Piollin realiza de 19 de janeiro a 10 de fevereiro a IV Edição do Festival de Teatro Piollin. A programação conta com espetáculos inéditos e com alguns trabalhos que já se apresentaram na cidade, mas que ainda despertam interesse do público, além de espetáculos vindos do CE, RN e RJ.  

Ainda como parte do Festival, serão realizadas duas oficinas. Uma com a atriz e professora da UFRN, Mayra Montenegro (Voz e Presença) e outra com a atriz Raquel Rocha (Ativação da criatividade através da sensibilidade). As duas oficinas serão realizadas na “Tamarindeira Processos Criativos”, novo espaço de arte e cultura da cidade, que fica no Bairro de Miramar. Os Ingressos custam R$ 20,00 (inteira)  e R$ 10,00 (estudante) + 01 Kg de alimento. Local: Centro Cultural Piollin e Tamarindeira Processos Criativos.

Mais informações sobre horários e locais dos espetáculos e oficinas podem ser obtidas pelos fones: (83) 98738-7373 / 98749-6887 (whatsapp).

HISTÓRIA

O Piollin Grupo de Teatro é uma companhia paraibana que tem buscado desenvolver uma linguagem teatral própria e experimental através da pesquisa nas diversas manifestações artísticas, e em constante diálogo com seu público.

A história do Piollin começa em 1977, quando um grupo de atores ocupou salas abandonadas do convento Santo Antônio, na cidade de João Pessoa, conquistando um lugar para o desenvolvimento de atividades de estudo e de produção de teatro. Iniciava-se, assim, a Escola Piollin, fundada por Luiz Carlos Vasconcelos, Everaldo Pontes e Buda Lira, um núcleo de atores que, além da preocupação com a pesquisa e experimentação cênicas, atuou incisivamente no campo da formação de crianças e adolescentes, tornando a escola um ponto de convergência da chamada produção cultural alternativa, entre final da década de 1970 e início da década seguinte.

Em 1979, o Governo do Estado anuncia o projeto de restauração de todo o complexo arquitetônico que era então ocupado pela Escola Piollin, e, consequentemente, do despejo da escola. Diante da ameaça, houve uma grande mobilização nacional pela permanência da Escola Piollin – com a adesão de diversos setores da arte e cultura de diversos estados brasileiros, como Escolas de Teatro, sindicatos, e na área Federal, do IPHAN e MEC –, resultando na assinatura de um comodato de cessão de uso de imóveis de um remanescente engenho de cana-de-açúcar por indicação do IPHAN. Trata-se de uma ampla área verde – antigo Horto Simões Lopes – onde ainda se encontram a antiga casa grande da fazenda e as instalações da fábrica de rapadura, além de um conjunto de salas construídas mais recentemente.

Esse Período, compreendido entre a permanência nas dependências do Convento e a chegada à área do Horto (1977/1983) foi de intensa pesquisa cênica, com a realização dos quinze “Experimentos Dramáticos” – Ações que ocorriam em áreas urbanas (experimentos externos) e na sala de espetáculos da Escola (experimentos internos) e que investigavam prioritariamente, a relação ator/espectador e a utilização dos espaços cênicos; a realização dos cinco “Encontros Estaduais de Grupos Jovens de Teatro” reunindo crianças e jovens que faziam teatro no interior do Estado e de onde saíram  as montagens emblemáticas de ‘A Viagem de um Barquinho’ de Silvia Orthoff, espetáculo  de rua, e “Os Pirralhos”, com texto improvisado sobre roteiro de Luiz Carlos.

Após uma estada na Dinamarca – onde fez oficinas com o Odin Teatret –, Luiz Carlos Vasconcelos dirigiu, em 1992, o espetáculo Vau da Sarapalha, uma peça cuja repercussão projetou o trabalho do grupo nacional e internacionalmente, impulsionando um processo de organização que resultou, nos anos seguintes, na autonomia jurídica do núcleo teatral – o Piollin Grupo de Teatro.
Desde então, o Piollin Grupo de Teatro tem se dedicado cada vez mais intensamente à sua atividade artística. A partir de 2005 a Escola Piollin passa a denominar-se Centro Cultural Piollin e segue dando continuidade aos projetos pedagógicos.

Fonte: texto e foto extraídos do site do Piollin: http://www.piollingrupodeteatro.com/piollin/

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