Soia Lira e Lincoln Rolim em cena do espetáculo "Os Pirralhos" na primeira sede do Grupo de Teatro Piollin, em 1977 |
Augusto Magalhães
Parecia brincadeira, mas era
muito mais sério do que muita gente imagina. Com o espetáculo “Os Pirralhos”
nos fundos de um terreno que pertencia à Igreja, dois atores mirins (Soia Lira
e Lincoln Rolim) representavam em 1977, no bairro do Róger, em João Pessoa, o
que viria a ser o mais importante núcleo de produção cultural e interação
social da Paraíba: o Centro Cultural Piollin.
Para celebrar 40 anos de história
e amor à arte, o Centro Cultural Piollin realiza de 19 de janeiro a 10 de
fevereiro a IV Edição do Festival de Teatro Piollin. A programação conta com
espetáculos inéditos e com alguns trabalhos que já se apresentaram na cidade,
mas que ainda despertam interesse do público, além de espetáculos vindos do CE,
RN e RJ.
Ainda como parte do Festival,
serão realizadas duas oficinas. Uma com a atriz e professora da UFRN, Mayra
Montenegro (Voz e Presença) e outra com a atriz Raquel Rocha (Ativação da
criatividade através da sensibilidade). As duas oficinas serão realizadas na
“Tamarindeira Processos Criativos”, novo espaço de arte e cultura da cidade,
que fica no Bairro de Miramar. Os Ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (estudante) + 01 Kg de alimento.
Local: Centro Cultural Piollin e Tamarindeira Processos Criativos.
Mais informações sobre horários e locais dos espetáculos e oficinas podem ser obtidas pelos fones: (83) 98738-7373 / 98749-6887 (whatsapp).
Mais informações sobre horários e locais dos espetáculos e oficinas podem ser obtidas pelos fones: (83) 98738-7373 / 98749-6887 (whatsapp).
HISTÓRIA
O Piollin Grupo de Teatro é uma
companhia paraibana que tem buscado desenvolver uma linguagem teatral própria e
experimental através da pesquisa nas diversas manifestações artísticas, e em
constante diálogo com seu público.
A história do Piollin começa em
1977, quando um grupo de atores ocupou salas abandonadas do convento Santo
Antônio, na cidade de João Pessoa, conquistando um lugar para o desenvolvimento
de atividades de estudo e de produção de teatro. Iniciava-se, assim, a Escola
Piollin, fundada por Luiz Carlos Vasconcelos, Everaldo Pontes e Buda Lira, um
núcleo de atores que, além da preocupação com a pesquisa e experimentação
cênicas, atuou incisivamente no campo da formação de crianças e adolescentes,
tornando a escola um ponto de convergência da chamada produção cultural
alternativa, entre final da década de 1970 e início da década seguinte.
Em 1979, o Governo do Estado anuncia
o projeto de restauração de todo o complexo arquitetônico que era então ocupado
pela Escola Piollin, e, consequentemente, do despejo da escola. Diante da
ameaça, houve uma grande mobilização nacional pela permanência da Escola
Piollin – com a adesão de diversos setores da arte e cultura de diversos
estados brasileiros, como Escolas de Teatro, sindicatos, e na área Federal, do
IPHAN e MEC –, resultando na assinatura de um comodato de cessão de uso de
imóveis de um remanescente engenho de cana-de-açúcar por indicação do IPHAN.
Trata-se de uma ampla área verde – antigo Horto Simões Lopes – onde ainda se
encontram a antiga casa grande da fazenda e as instalações da fábrica de
rapadura, além de um conjunto de salas construídas mais recentemente.
Esse Período, compreendido entre
a permanência nas dependências do Convento e a chegada à área do Horto
(1977/1983) foi de intensa pesquisa cênica, com a realização dos quinze
“Experimentos Dramáticos” – Ações que ocorriam em áreas urbanas (experimentos
externos) e na sala de espetáculos da Escola (experimentos internos) e que
investigavam prioritariamente, a relação ator/espectador e a utilização dos
espaços cênicos; a realização dos cinco “Encontros Estaduais de Grupos Jovens
de Teatro” reunindo crianças e jovens que faziam teatro no interior do Estado e
de onde saíram as montagens emblemáticas
de ‘A Viagem de um Barquinho’ de Silvia Orthoff, espetáculo de rua, e “Os Pirralhos”, com texto
improvisado sobre roteiro de Luiz Carlos.
Após uma estada na Dinamarca –
onde fez oficinas com o Odin Teatret –, Luiz Carlos Vasconcelos dirigiu, em
1992, o espetáculo Vau da Sarapalha, uma peça cuja repercussão projetou o
trabalho do grupo nacional e internacionalmente, impulsionando um processo de
organização que resultou, nos anos seguintes, na autonomia jurídica do núcleo
teatral – o Piollin Grupo de Teatro.
Desde então, o Piollin Grupo de
Teatro tem se dedicado cada vez mais intensamente à sua atividade artística. A
partir de 2005 a Escola Piollin passa a denominar-se Centro Cultural Piollin e
segue dando continuidade aos projetos pedagógicos.
Fonte: texto e foto extraídos do
site do Piollin: http://www.piollingrupodeteatro.com/piollin/